Brasil - Hora de lutar pelo socialismo !

Soviet de Leningrado
O fracasso do regime da Constituição de 1988, que acabou de ficar patente com as manifestações de Junho e 2013, coloca o povo brasileiro diante de um desafio jamais vencido por nenhuma outra nação! O regime de 88 fracassou, não por conta das manifestações, que só revelaram às pessoas umas às outras, que bem ao contrário da propaganda dos meios de desinformação de massas o regime é detestado. O regime fracassou porque nasceu mal feito, mal organizado, corrompido. Uma carta escrita por ladrões, para os ladrões governarem em benefício da ladroagem. Por isso mesmo, apesar do refluxo das manifestações, o regime continuará não funcionando, como nunca funcionou desde 88, continuará não resolvendo nenhum dos problemas que herdou da ditadura, nem os novos que criou ou que lhe caíram sobre a cabeça. Fracassando sem cessar, esse regime político cairá, como aliás é normal, vide a história de qualquer país, em que raras formas de poder duram mais que um século, e o record no Brasil independente são 49 anos.

Tendo fracassado o regime de 88, que nem é democrático, nem é eficiente, terá que ser substituído por outro regime, outra Constituição. Todos os setores democráticos da sociedade, incluindo os comunistas, só têm uma saída - precisam criar, por exemplos e propaganda, um amplo setor da opinião pública favorável a uma nova democracia, verdadeira e eficiente. Nós comunistas sabemos que se trata do poder proletário, de algum tipo de versão de soviets, mas é lógico que isso não será compreendido pela maioria das pessoas, pois se tratam de conceitos teóricos. Não é com conceitos que temos que fazer propaganda, mas sim com exemplos, nos sindicatos e entidades estudantis, e com propostas práticas, como o fim das reeleições para qualquer cargo etc.

Contudo, já é nítido, amplos setores do campo democrático não têm essa coragem, não romperão com o regime de 88 para defender outra Constituição. Eles permanecerão grudados não só nas leis, mas na lógica do regime de 88, que é indefensável, e com ele naufragarão. Que naufraguem, bem longe de nós.

À direita, as viúvas da ditadura e os anticomunistas apavorados de sempre já estão defendendo uma ditadura. Novidade, a direita brasileira ficou gagá rapidamente. Uma vez que o PT virou a nova direita, tomando à direita tradicional suas bandeiras, recebendo uma revoada de tucanos e a adesão do PMDB, a direita tradicional ficou perdida. Perdida, sem norte, sem bandeiras, a direita tradicional está revelando sua essência fascista e toda forma de bizarrices, e está se revelando inábil! Coisa inimaginável há 5 anos, a direita brasileira está revelando inabilidade nela nunca vista. A própria defesa de uma ditadura é inábil, pois quem garante à direita que toda ditadura que se iniciar será fascista? A propaganda de uma ditadura do proletariado, com essas palavras, seria hoje muito bem recebida nas fábricas, por exemplo.

A direita inteligente revoou para o PT ou para a base aliada. Confundindo-se portanto com os setores que se reivindicam democráticos, a direita inteligente faz o que é a única coisa que pode e deseja fazer, que é defender seu próprio regime, desenhado na Constituição de 1988. Ao menos fracassarão em interesse próprio, enquanto a esquerda canalha e burra, petistas e seus rabos, fracassarão por ninharias.

Se o regime caísse hoje, seria substituído por uma ditadura, certamente da linha dos mesmos políticos que estão no poder. Contudo, pode ser que seja uma ditadura de direita ou de esquerda, não interessa, será mais tempo perdido, com direito a violências, traumas, e os possíveis ganhos que se tem com uma ditadura quase sempre acabam junto com ela. A opinião pública precisa ser ganha para outro projeto! Outro desenho de democracia, que seja democrático, eficiente, e agrade ao povo.

Não enganemos aos leitores. Nunca antes isso aconteceu! Nunca um regime político liberal foi substituído imediatamente por um regime político proletário. Aconteceram tentativas, como no Chile e na Venezuela. No Chile, a experiência durou menos de 3 anos e foi massacrada, caso semelhante ao da Indonésia, antes de se experimentar ou mesmo aprovar um novo regime. Na Venezuela a Revolução nasceu e continua se legitimando usando o regime político capitalista, de forma que terá dificuldades em desenvolver uma nova democracia conforme expressa em seus objetivos. Se continuar presa à forma capitalista de poder, a Revolução Bolivariana cairá muito facilmente.

No Brasil, porém, o caso é bem diferente tanto do Chile de Allende quanto da Venezuela de Maduro, pois a população toda já percebeu que o PT não tem nada de socialista, e a revolta com o regime político teve como gota d'água essa decepção. Nas manifestações de Junho ficou claro que a população não estava revoltada contra Dilma, a presidenta, mas contra o regime como um todo. As tentativas de atos anti-Dilma ficaram vazias, assim como todas as manifestações abertamente de direita. Contudo, as manifestações só de esquerda também não foram de massas, o que evidencia a falta de um projeto e de uma referência.

Os comunistas e seus aliados, para ganharem a confiança das massas, terão que dar exemplo nos Sindicatos e entidades estudantis que dirigem. Muitos manifestantes levantaram claramente a contradição entre as ditas boas intenções de partidos da oposição de esquerda ao governo e suas práticas nos Sindicatos e outras entidades. Essa contradição é escandalosa. Sindicatos e outras entidades são parasitadas, e para legitimar esse parasitismo os partidos ditos revolucionários usam o mesmo método que a direita usa para legitimar seu poder sobre o país, os estados e municípios - as eleições diretas! Em outras palavras, se queremos convencer o povo da possibilidade de uma democracia que funcione, então precisamos dar exemplo disso nos Sindicatos e outras entidades. 

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