É a TV que está disputando a direção das manifestações - Vamos pedir AMPLA REFORMA POLÍTICA JÁ


As coisas estão se desenvolvendo muito rápido! Quem está realmente disputando a direção das manifestações às organização estudantis que organizam o Movimento pelo Passe Livre em cada cidade não são partidos nem de direita nem de esquerda, não são os fascistas, nem os governos, é a grande imprensa. Chegou a hora de criar uma bandeira com potencial maior, e que tome das grandes TVs a iniciativa - Ampla Reforma Política Já!


Os prefeitos e governadores abaixaram as taxas de ônibus, coisa antes nunca conquistada, mas o povo está achando pouco! Então as manifestações, como que por mágica, revelaram suas essências, que não são só por centavos, mas ao mesmo tempo, oficialmente não podem se desligar das passagens. As manifestações levantam todas as bandeiras. Elas querem mudar tudo! E por isso mesmo, para todos os efeitos, o mundo todo está vendo, não há mais uma bandeira.

As TVs, ainda maior arma da direita, seu verdadeiro grande partido, estão tentando dirigir a opinião pública, como sempre fizeram. É por isso que estão pregando o dia inteiro contra a participação dos partidos de esquerda ao governo, porque sabem que revolucionários não vão lhes obedecer e vão apontar outro caminho. Estão estimulando, o dia todo, as expulsão dos "partidos políticos", ou seja, dos comunistas, porque os partidos políticos mesmo, que governam o país e são as quadrilhas que geraram esse sentimento no povo, estão escondidos atrás do apartidarismo e esperando as TVs e a polícia fazerem o trabalho sujo.

Não temos condições de criar um sistema de informações do dia para noite a ponto de responder às TVs, mas temos nosso velho estilo de trabalho, testado e aprimorado durante décadas. Podemos levantar uma bandeira que corresponda aos anseios expressos nas manifestações! Esse anseio pode ser sintetizado como "Ampla Reforma Politica Já", mas temos que vencer também na luta por definir as características dessa Reforma Política, pois se não teremos uma contra reforma política.

Precisamos de itens simples, claros, que possam ser expressos em poucas palavras, como o fim do Senado, das Assembleias Legislativas e dos governos estaduais, a revogabilidade de todos os mandatos, a democratização da imprensa e da justiça, parlamentarismo completo, fim das doações empresariais de campanha, governo plebiscitário, transparência de verdade etc. Em resumo, temos que aproveitar o momento e divulgar nossa proposta de sistema político.

Obviamente, seja qual for o resultado dessas manifestações, ainda não será a Revolução. Portanto, se vier uma reforma política será com letras minúsculas, realizando somente as reivindicações mais inofensivas dos manifestantes, e aproveitando para retroceder em outros sentidos. Mas isso não é nosso problema, simplesmente nos adaptaremos ao que vier. Nosso interesse é divulgar nossas posições, começar a construir na cabeça do povo a República socialista que queremos no futuro.

Lembremos de nossa história. Quando a monarquia foi derrubada e implantada a República, a ideia de República tinha sido amplamente divulgada durante muitos anos. Também a Revolução de 30 se fez sobre bandeiras que há muitos anos eram defendidas por vários movimentos. Nenhum regime político dura para sempre, e esse nosso angariou forte antipatia popular, de forma que não vai poder durar muito mais. O divórcio entre o povo e os políticos é total! O povo odeia abertamente os políticos e estes pioram as coisas ousando tentar aprovar as leis mais absurda e atrasadas. Quando um regime político cai, as características do regime político que surge são as que ganharam a simpatia popular nos anos anteriores à queda!

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